domingo, 30 de novembro de 2008

Papa e Diabo compram na mesma loja

O Papa João Paulo II, enquanto esteve sob os tetos do vaticano, adicionou mais um mandamento à rasteira modernização da igreja Católica: Serás Pop. O seu antigo subalterno e atual pontífice não ficou para trás com a introdução de um nova ordem celestial: Serás Fashion. Papa Bento XVI, que até então tinha como seu mais temido inimigo o Diabo, porém ficou claro que esse é seu principal companheiro nas tardes de shopping, mostrou temer algo mais aterrorizante: Batina coronha. A geração de alfaiates à serviço do vaticano desde 1792 foi afastada do cargo, em abril de 2004, por um desleixo que acabou deixando as vestimentas papais um tanto mais curtas que o normal. O luxo ostentado pelo Papa abrange os quatros cantos de seu recinto, e o poder transcende na mesa ao guarda-roupa. O vaticano em geral apresenta disparidades a começar pela principal fonte de seu sustento: Donativos de fiéis mundo afora.

O patrimônio do Vaticano está avaliado em mais de 700 milhões de euros, além do lucro com a Capela Sistina e semelhantes, levando a US$ 5 bilhões a sua riqueza total. O Óbolo de São Pedro é responsável por coletar as doações de 5.627 dioceses espalhadas de várias nacionalidades. Estima-se que o dinheiro arrecadado seja de 50 milhões de euro anuais dos seguidores da fé. A quantidade absurda de pessoas que contribuem para esse ciclo vicioso em poder a mais de 2000 anos de acumulação de riquezas traduz a intensa alienação humana, que permanece inquestionável. Um trabalhador se sobressair no sistema capitalista através de seu esforço é muito diferente de um status sustentado pela ilusão de vários. A redenção do mundo à imposição da igreja católica parece inquebrável e insolúvel.

Em nome do sacrifício a Jesus Cristo e do respeito ao sagrado, o Papa Bento XVI ostenta o luxo da sua devoção. Ao aparecer no ranking da revista Esquire como um dos homens mais bem vestidos do mundo, mostrou as conseqüências do seu árduo trabalho entre os prédios chiquérrimos do Vaticano. “Não têm nada a ver com vaidade, mas sim com tradição” disse o próprio. O guarda roupa de Bento XVI abriga desde Óculos Gucci a sapatos vermelhos Prada, qualquer semelhança com o cara lá de baixo não é mera coincidência.

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